sem agrotóxicos

Horta Comunitária beneficia 11 famílias do Residencial Dom Ivo Lorscheiter

Camila Gonçalves

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Um espaço inaugurado na manhã deste domingo, no Centro Comunitário Dom Ivo Lorscheiter, no bairro Diácono Luiz Pozzobon, em Santa Maria, promete melhorar a saúde, a renda e a educação ambiental dos moradores. A Horta Comunitária é um projeto de Extensão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) liderado pelo Departamento de Zootecnia. A proposta saiu do papel a pedido da Associação dos Moradores do Residencial Dom Ivo Lorscheiter. Inicialmente, 50 pessoas de 11 famílias adotaram cada uma um canteiro, onde irão produzir o próprio alimento. A produção excedente será vendida em feiras promovidas na comunidade para converter os alimentos em renda extra. O terreno da associação, de 80x100 m², acomoda 800 mudas de cebola, 600 mudas de alface, 80 mudas de repolhos, além de brócolis, couve flor, cebolinha, salsa, beterraba, entre outras variedades. Os alimentos são produzidos sem pesticidas e sem agrotóxicos a partir do sistema agroecológico. 

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Além das famílias, outros sete canteiros serão ocupados por crianças do projeto de capoeira da Associação e por experimentos da universidade com agroecologia e plantas homeopáticas.

Para o presidente da associação comunitária, Luiz Antonio Loreto, conhecido como Mestre Militar, a horta pode trazer, além de incremento na renda, uma mudança alimentar dos moradores.

- O que se nota é que a comunidade não tem hábitos alimentares saudáveis. Eles perderam o hábito de produzir o próprio alimento e consomem muitos produtos industrializados. Quem consome verduras acaba pagando atravessadores e por isso, são produtos que acabam saindo caro ao consumidor. Nós temos 4 bolsões de lixo na comunidade. Este espaço poderia ser mais um deles, mas está se tornando uma área de convivência para a população - explica Loreto.

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De acordo com Juarez Felisberto, que coordena o Núcleo de Extensão em Zootecnia e é presidente do Conselho de Segurança Alimentar de Santa Maria (Consea), o projeto vinha sedo discutido desde novembro de 2016 junto à comunidade. O plano foi inspirado nas 38 Hortas Comunitárias desenvolvidas pela Universidade Estadual Maringá, em Maringá-PR, que envolve 1025 famílias e uma produção estimada em 910 toneladas por ano. A horta contará com o trabalho de estudantes bolsistas e voluntários da UFSM. 

- A ideia é desencadear um processo de educação socioambiental, de separação do material orgânico doméstico para utilização em compostagem desses pequenos agricultores urbanos. Além disso, precisamos, a exemplo de Maringá, de uma política pública de apoio às hortas comunitárias - explica Juarez.

Outro uso do lugar deve ser voltado à questão terapêutica. Como acontece em Maringá, as hortas são usadas para curar pessoas que sofrem de depressão, a chamada horto terapia.

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A iniciativa também tem o apoio do Colégio Politécnico, do Programa de Educação Tutorial (PET) Agronomia, do Núcleo Interdisciplinar de Interação Jurídica Comunitária/Residência (NIIJuC-R), da Pró-reitora de Infraestrutura e do Departamento de Solos da instituição. Também colaboraram o Grupo Corrente do Bem e as empresas privadas Famac e Cotrel.

Uma segunda horta comunitária, nos mesmos moldes, deve ser inaugurada até dezembro no Residencial Zilda Arns

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